domingo, 22 de fevereiro de 2009

Até já, Zé Megre

Foi embora para uma viagem sem regresso, o Zé Megre, meu amigo querido, meu mentor, o homem que, entre tantas outras coisas, me ensinou a viajar... Fica um vazio enorme, dorido, sem sentido, mas fica também o orgulho de ter tido o privilégio de o conhecer tão profundamente, de ter partilhado com ele tantos, tantos momentos, tantas ansiedades, tantas alegrias e algumas tristezas durante os últimos 20 anos. Fica-me a alegria de ter podido aprender com ele, de ter podido estar ao seu lado, de ter podido viajar muitos milhares de quilómetros conduzida por ele. E a recordação, que guardarei para sempre no coração, das suas histórias, do seu humor ímpar, da curiosidade que tirava qualquer um do sério, da insatisfacção permanente, das brincadeiras e de tantas gargalhadas que demos juntos, das palavras inventadas e nomes deturpados, mas também da tenacidade com que perseguia os objectivos que queria atingir, do seu imenso carisma, da capacidade de trabalho dificil de acompanhar, da coragem com que sempre pôs a fasquia mais alta, sempre mais alta. O Zé foi embora mas não desapareceu porque há-de vir-me à ideia sempre que "descrever" uma curva, amassar um maço de tabaco, saborear uma musse de chocolate ou olhar para um chapéu de feltro preto. E estará presente nas viagens que faço porque, enquanto viajante, eu sou também um produto do Zé Megre, que me ensinou o que sei e me aconselhou sempre que precisei. O vazio que deixou em mim, não há quem o preencha. Esteja lá onde estiver, quem sabe talvez a fazer o reconhecimento para a primeira "TransCelestial", acredito que o Zé sabe a falta sinto. Fica em paz, Zé Megre e (como gostavas de dizer) até já!

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